quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Natureza

Eram almas de Natureza Humana

Eram almas em caminhos perdidos, aquelas que agora não se encontram. Sentir a necessidade de silêncio, para me aliviar as pressões continuas, as depressões de erros incalculáveis, do desejo de liberdade que me incompleta. Anseio ser como ele, aquele que recebia cartas no seu correio de injustiças, com inimigos e maus dizeres.
Morte alvejada, por ele sofrida, sangue fluido e choro falso dos inimigos enaltecido.
Como a palavra e a acção que unidas não funcionam de qualquer forma, pois Ser tão digno de respeito acabaram-te com o teu corpo mas glorificaram a tua alma, desejam-te ainda.
Amestras-te dentro de ti a palavra de ordem, tal que te moveu foi o jejum que deu forças para te afastares de toda a raiva, foi a calma que te salvou de toda a cobiça, foi devido a essa manta branca que te guarneceu. Agora, a tua visão divina morre no quotidiano de cada um, como se fôssemos também alvos de cartas de injustiças. Um Orbe é o que desejo, aquele que podíamos criar nos nossos pensamentos, tenho esperança, graças a ti. Termino-te dizendo, tenho frio.
30 de Janeiro de 1948

por Verónica Melo

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Os quem menos mal vejo em nós, ó mãe-terra

Diz-me algoritmo da vida:
Que sorte tão desmedida
Tem sonho de matar nesta?
Pois seja em noite sentida
Não mais fria ou quente que esta!

Também tu tens que perguntas,
Dúvidas do que mal ressumas.
Sejam pérolas do verde,
Frágeis e esbeltas umas,
Que das fortes não há que chegue.

Fartos de nós que estamos,
E quem nos dá que sejamos.
Ah que fartos e furtivos,
E dos bens que nos curamos,
E mais ainda sentimos!

Não fujamos não à terra!
Mal do mal quem menos erra,
Sejamos dessa beleza,
Contemplados numa serra,
Soltemo-nos à Natureza.

por Diogo Correia

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

A fragilidade das palavras

Pelo som perdido da voz, escrevo ao alcançar da caneta o que me vai na alma adormecida. Sinto, que as letras se perdem na imensidão do papel e eu, olhando para elas desejo-lhes dar um rumo.
Caminhos bem sucedidos, outros menos bons, mas as palavras lançadas pelo som apreendidas pelas linhas beijadas pela mão.
Entre sons perdidos por almas e instintos que mesmo bem distintas se fazem apalavrar pelo amor, pelo desejo surreal, materialismos e ódios, até os antagonismos se revelam nelas perdidas.
Soltas como um beijo, unidas como desejo elas entrelaçam-se e fazem nascer o bom Português.

por Verónica Melo

Palpitar da voz

Por quem é que tu me chamas
E falas? Se tão pouca tinta
Bebes e sede não te sinta,
No menos mal de quem amas.

Ou do que sentes e amas
Por redes de fios rasgados,
Pontes de louros salgados,
De tão sentidas são damas.

Junta-te a nós que é poeta
Ser-se fraco das palavras.
Dar às batalhas que travas

Um palpitar dum auleta,
Beija-flor do que me ardas
No papel historieta.

por Diogo Correia

Apresentação

Num mundo em que se nos apresenta a toda a hora a dicotomia ser/não ser, procuramos encontrar um rumo pelo qual nos orientar a uma conclusão que nos satisfaça.
É através da escrita que nós, autores deste blogue, procuramos ir respondendo à nossa maneira, argumentando e criticando o que nos desperta interesse sobre os mais diversos temas.

Porque é na escrita que vemos a saída à nossa mente, uma abertura ao exterior que não nos cegue nem nos iluda com demasiado. Esperamos que seja um projecto que seja apreciado por vós, leitores, tanto como é para nós esta iniciativa.

Os temas estarão abertos durante um período de tempo e procuramos a ajuda para obter novas ideias e cada vez mais tornar uma realidade próxima, a ideia de um projecto viável e que continue por muito tempo. Para isso contamos também com a ajuda dos leitores com as votações dos temas.

Um bem haja a todos,
os autores